domingo, 26 de junho de 2011

Viagem derradeira

É, meu amor, parece que é, sim, o começo, como no dia em que viemos ao mundo, com a sabedoria inicial ainda intacta e um colo a 36 graus para acariciar-nos, sentindo-nos  inteiramente vivos. 
Expandíamos e contraímos o peito sem que doesse e dávamos sorrisos – como se fossem o primeiro.  
Os outros nos olham hoje, como nos olhavam naquela vitrine de berço da nova civilização que seríamos, e a vitrine hoje é, na verdade, um espelho, como o mel, amor, como o meu amor.
Foste meus dias cheios de sol e sou grata por isso, mas hoje, mesmo parecendo o começo, tenho que dizer-te terás que ser como naquele primeiro dia de vida: apenas um.