sábado, 31 de julho de 2010

(In)constante:

Vez ou outra, ele olha a minha roupa,
me prefere sem.
Vez ou outra, ele me aponta,
mas olha pro lado, que não me ve faz de conta.
Vez ou outra beija a minha boca,
diz que é meu,
depois vai embora,
me deixando louca.
Vez ou outra suas mãos excitantes,
nenhum pouco exitantes,
me tocam e me molham...
Vez ou outra, ele me ama e me faz bem,
como ninguém...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Situações eu te amo

Após ler a crônica da porto-alegrense Martha Medeiros sobre a 'Impontualidade do Amor' fiquei pensando sobre a leitura que a escritora fez acerca da 'imprevisibilidade' do amor, principalmente no trecho que segue: “A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.”
É engraçado como as pessoas (mulheres, na maioria dos casos) necessitam ouvir a frase “eu te amo” pra acreditarem naquilo em que se está vivendo. A escritora menciona que não se deve esperar ouvir 'eu te amo' após um jantar romântico no dia dos namorados. Mas se espera, não adianta. O problema da idealização não é a própria idealização, mas sim a dificuldade que as pessoas têm em ler certas situações. Um jantar romântico à luz de velas GRITA 'eu te amo', não é preciso que o cara diga nada. A tua bala preferida entregue por ele, que ao passar pela tabacaria lembrou de ti, quer dizer muito mais do que flores arranjadas por outra pessoa, colocada em um papel colorido escolhido por outra pessoa, acompanhada de um cartão escrito por outra pessoa! Muito melhor não dizer 'eu te amo' (ou não dizer tanto) e propiciar 'situações eu te amo'. O 'eu te amo' a todo momento seguido de desrespeito, acomodação, mentira ou qualquer outra coisa que contradiga o amor não é legítimo. Falar é fácil, fazer sentir através de gestos não.
Apesar de concordar que idealizar muitas vezes possa desencadear sofrimentos, acredito que a maioria das frustrações nos relacionamentos dão-se, principalmente, pela falta de sensibilidade na hora de interpretar os 'eu te amo feitos', e pela angustiante espera dos 'eu te amo ditos'...

domingo, 18 de julho de 2010

Nenhum tapinha...

Sobre a polêmica emenda ao ECA, projeto da Deputada Maria do Rosário que prevê o fim do castigo corporal, e a reflexão acerca dos diversos posicionamentos a respeito do assunto.

Primeiramente se faz necessário destacar que esta surpresa quanto a uma inadmíssivel intromissão do Estado na vida privada das pessoas não passa de ingenuidade. Ora, a função do Estado é, justamente, intrometer-se, se assim não fosse não haveria Estado! A necessidade de arbitramento das relações humanas existe desde que o homem passou a viver em grupos. Se a criação deste sujeito fictício (Estado) só se deu depois, é outra coisa, mas que a necessidade se fazia necessária já naquela época, se fazia...
Intromissão (abitramento) não significa ditadura, nem início dela. Ademais, ao falar-se em ditadura deve-se tomar cuidado para não banalizar fenômeno tão triste. Só quem passou por uma ditadura sabe o que ela representa e não é o controle do Estado com o objetivio da abolição da violência como modo de imposição de limites que irá tornar um governo ditatorial ou não. 
É compreensivel que a maioria das pessoas assumam o lado contrário da lei pois a palmada é tão legítima e tradicional (ou mais) quanto a palmatória era, porém, legitmidade e tradição não configuram, necessariamente, uma situação/conduta positiva. A tortura, por exemplo, era legítima, a ditadura e o Auschwitz, também.... Por isso, acredito que no instante em que professores guardaram as varinhas, muitas pessoas pró-palmatórias pensaram exatamente da mesma forma em que pensam as pró-palmadas.

Medir o que é violência e o que náo é passou a ser uma análise muito complexa. Tapa no rosto não pode, na bunda sim, na barriga não, nas pernas sim? Espancamento não pode, mas palmada moderada sim. O que é palmada moderada? Para uma mulher de 50 kg é uma coisa, para um halterofilísta é outra. Sorte a do filho da mulher de 50 kg...

O desenvolvimento da ciência, do estudo do corpo e do intelecto humano tem que servir de alguma coisa! Se a psicologia de um modo geral, e principalmente a infantil, evolui dia-a-dia, por que temos que nos agarrar em hábitos medievos achando que um tapa educa mais do que o diálogo, seja quantas vezes necessárias esse dialogo se faça repetir.

Não há dúvidas de que a palmada é mais fácil, mais rápida. Porém, finalizar um diálogo, ou nem começá-lo através da palmada é o meio pelo qual o adulto se coloca como ser superior, inclusive fisico, para estabelecer uma situação de temor, respeito e obediência... Mais ou menos como fazem os adestradores de animais. Aquele que bate não se da conta que o meio pelo qual busca o respeito e a obediência, muitas vezes, acaba por obter apenas o medo e o distanciamento. Filhos que apanham de um só dos pais acabam por ter uma relação muito mais próxima com o pai que nunca o bateu.   
Preocupar-se com o prejuízo à educação do filho por falta de palmadas é a preocupação mais vazia que um pai pode ter. A única coisa que a palmada ensina é que um adulto pode por fim a um diálogo no momento em que quiser.
Pais, ensinem que vocês exercitarão a palavra e a paciência ao invés da palmada. Leiam livros, falem com psicólogos, aprendam a educar para que seus filhos sejam, verdadeiramente, educados. 

terça-feira, 6 de julho de 2010

Doceamargo

Fred Martins e Marcelo Diniz*


Quem ainda não provou
Do sabor
Doceamargo dessa dor
Meu amor
Quem não sabe desse mal
Meu bem
Ninguém pode ser assim
Sem ninguém

Quem da lágrima guardou
Só rancor
Só veneno e solidão
Meu amor
Quem maldiz o próprio mal
Meu bem
Não merece mesmo amar
Mais ninguém

Quem nunca de si já se esqueceu
Nada sabe quem nunca se deu
Sem dó e sem
Ninguém no mundo
E só

*finalistas do 9º Prêmio Visa de Música Brasileira - Mais músicas em  www.premiovisa.com.br

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cultura barata!

Boa programação:

O CineBancários, mais uma vez, integra as salas de cinema que participam do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa). Serão exibidos 64 curtas e mais de 70 longas-metragens dos gêneros fantasia, ficção-científica, horror e thriller de todo o mundo. Destaque para a mostra Luigi Cozzi, que terá várias sessões comentadas pelo cineasta italiano. Ainda passam na tela as mostras competitivas de curtas e longas metragens, sessões especiais e surpresas. A abertura acontece na sexta, dia 2, no CineBancários. Será exibido, às 19h, o filme É Preciso Amar a Morte (Must Love Death), que terá a presença do diretor alemão Andreas Schaap. O longa The Uh-Oh Show encerra o Fantaspoa. Ingressos a R$ 5 para sessões regulares e R$ 2 para as sessões de curtas-metragens.